domingo, abril 23, 2006

Dois Estranhos, Um Destino

.

Ao olhar esta «Entrevista Com o Destino», penso em quão estranhos são um para o outro, o conceito dos Gregos Antigos e o que fazemos hoje do mesmo. Se ambos os casos apresentam entidade superior impondo-se às prevenções e aos projectos, para os Helenos ele era castigador do orgulho dos homens e redutor da auto-suficiência dos Deuses, sempre uma sanção contra censurabilidade manifestada. Enquanto que, nos nossos dias, o tendemos a ver como desculpa dos nossos erros e falhanços, pela imposição que teria triunfado sobre esforços assim insusceptíveis de desaprovação. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades?
Não, mudam-se os tempos, muda a intensidade do carácter.

4 Comments:

Blogger Esvoaçante said...

"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades?
Não, mudam-se os tempos, muda a intensidade do carácter."

E em mudando a intensidade do carácter, muda o perfil do querer. Muda a Vontade?
(risos)...

1:57 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Quantas pedras soltas no tempo ao cairem obrigam à mundaça de vontade, jamais ao carácter. Esse com as pedradas intensifica a sua força, e força o tempo a voltar à vontade Primeira.
À muito tempo que não passava por aqui.
Por vontade?
Mundaça de carácter?
Culpa do tempo.

Bom fim de semana

12:14 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Mudam-se os tempos e a incessante busca do bem estar altera os conceitos para livrar-nos da culpa.

" Nasce um Deus, outros morrem". A verdade nunca muda.

4:27 da tarde  
Blogger Paulo Cunha Porto said...

Mnémosine:Queria ter conseguido desviar das aspirações concretas a alteração essencial. Mas é difícil prefigurar a esfera volitiva, em abstracto.
Grato.

M.P.:
Até eu, até eu, que neste espaço dou largas à faceta não obrigada a escrever, embora sempre obrigado pelos presentes que me deixam.
Na pura idealidade, gostaria de dar toda a razão ao que diz. Infelizmente, temo que o carácter também seja afectado. Não só na esfera do querer, como na do reagir. Esse malvado do tempo tem as costas largas.
Igualmente, do fundo do coração.

Meu Caro Joel:
Há um perigo bem real na fuga infantil à responsabilidade.
Mas penso que o pontro verdadeiramente digno de lástima é a resignação que prescinde de procurar a verdade, conformando-se com criar epígonos dela.
Adoro as Suas «Crónicas...»
Beijos e Abraços.

10:08 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home