Chover no Molhado
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Há citações para todos os gostos, a favor e contra, a propósito do emprego das ditas. Não me tocam, particularmente, as que insistem nas simbioses espirituais, embora as creia verdadeiras, ou as que as atribuem às limitações dos que a elas recorrem, apesar de lhes reconhecer a veraracidade, em muitos casos. A minha favorita é de Montaigne: «Cito para me exprimir melhor». É manifestação de modéstia sem a sua ostentação. Mas encerra também o segredo de polichinelo que torna citar uma arte: o solitário momento em que o Autor se guinda ao invejável estatuto de Leitor e em que o Leitor se consegue alcandorar ao invejado nível de Autor.
Há citações para todos os gostos, a favor e contra, a propósito do emprego das ditas. Não me tocam, particularmente, as que insistem nas simbioses espirituais, embora as creia verdadeiras, ou as que as atribuem às limitações dos que a elas recorrem, apesar de lhes reconhecer a veraracidade, em muitos casos. A minha favorita é de Montaigne: «Cito para me exprimir melhor». É manifestação de modéstia sem a sua ostentação. Mas encerra também o segredo de polichinelo que torna citar uma arte: o solitário momento em que o Autor se guinda ao invejável estatuto de Leitor e em que o Leitor se consegue alcandorar ao invejado nível de Autor.
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